Você sabia que o Google realiza um evento anual para reunir os profissionais da área de SEO no Brasil? É o Search Central Live Brasil, que aconteceu no dia 29 de fevereiro, em São Paulo, no prédio do Google. Eu estive lá e vou contar tudo o que rolou nas palestras, além de dar dicas de como se inscrever e o que esperar do evento. Ficou curioso? Então continue lendo!
O que é o Search Central Live Brasil 2024 e como participar
Antes de começar a falar sobre o evento, quero dar uma dica muito valiosa: se você é um profissional da área, recomendo acompanhar as redes sociais do Google, inclusive o Twitter do Google Search Central. Por lá, são divulgadas novidades, informações e dicas sobre o funcionamento da busca, features e também os eventos. Foi assim que eu descobri o Search Central Live Brasil em 2023. Este ano, eles divulgaram por lá novamente:
Estamos muito felizes em anunciar uma nova edição do Search Central Live no Brasil! Junte-se a nós para aprender como melhorar o desempenho de suas pesquisas na busca do Google – dia 29 de fevereiro, em São Paulo https://t.co/FWCBdETW0n pic.twitter.com/8fYJnqMg6e
— Google Search Central (@googlesearchc) February 1, 2024
O que é o Search Central Live Brasil?
O Search Central Live é um evento realizado em diversos países do mundo, com o objetivo de reunir diversos profissionais da comunidade (especialistas em SEO, editores de portais de notícias, desenvolvedores e jornalistas) e dar informações sobre como melhorar o desempenho no Google, além de abordar novidades, inclusive produtos do Google que serão lançados.
Como funciona a inscrição?
Para se inscrever no evento, é preciso ficar atento à divulgação e verificar o prazo. Ele é completamente gratuito, mas as vagas são limitadas e você passa por uma seleção que é feita com base nas respostas do formulário respondido durante a inscrição.
Algum tempo depois, quem foi selecionado recebe o convite por e-mail. Também fiquei sabendo que algumas empresas recebem convites para enviar representantes da área para o evento. Chique, né?
Sobre o dia do evento
Em 2024, o evento começou pela manhã. Ao chegar, havia uma recepção com um café da manhã. Já é uma ótima maneira de começar a conhecer outros participantes. No ano passado, eu conheci uma participante que me incluiu em um grupo do WhatsApp de SEO só com mulheres, então aproveitei para conhecer pessoalmente algumas delas que estavam presentes.
Depois, começaram as palestras, que foram incríveis (como você vai saber mais abaixo). Tivemos mais uma pausa para café e networking na metade do evento, mais palestras e um almoço no final. As palestras foram em português, com exceção da última, do Martin Splitt, mas haviam fones para conferir a tradução em tempo real. Agora sim, vamos aos assuntos das palestras!
Qualidade de informação na Busca
A primeira palestra foi do Berthier Ribeiro-Neto, diretor de Engenharia do Google Search. Ele destacou aspectos essenciais sobre a qualidade da informação da busca e como a desinformação tem crescido nos últimos anos.
Em seguida, ele explicou como o Google se esforça para manter a qualidade dos resultados, mas há uma dificuldade, tanto pelo volume de informações, como também pela complexidade da língua. Com isso, o Google não é perfeito e sempre haverá o que corrigir.
Outro ponto que foi citado é a Google News Iniciative, que apoia o ecossistema jornalístico com o objetivo de combater a desinformação midiática no mundo.
Na sequência, foi apresentada uma pesquisa realizada pela Poynter Institute for Media Studies, com apoio do Google. Foram entrevistadas 8.585 pessoas de sete países: Alemanha, Brasil, Estados Unidos, Índia, Japão, Nigéria e Reino Unido. Olha só os resultados do Brasil:
- 40% dos brasileiros afirmam que recebem fake news diariamente
- 43% dos brasileiros afirmam que enviaram uma imagem, um vídeo, um trecho de notícia que só perceberam depois serem falsos ou fake news.
- 65% dos brasileiros disseram se preocupar que seus familiares sejam vítimas de golpes de fake news.
- Os jovens brasileiros são os que verificam frequentemente a veracidade dos conteúdos e a integridade da fonte. Para isso, eles usam o Google para saber mais sobre os conteúdos e os autores.
A função ‘Sobre esta página’, presente no resultado de pesquisa, oferece mais informações sobre a fonte da publicação. Para ativar o recurso, é possível clicar nos três pontinhos ao lado da URL. Assim, serão exibidas informações sobre o site. Veja:
Tornando dados de Busca disponíveis e úteis
A segunda palestra foi do Daniel Waisberg, Search Advocate do Google. Ele trouxe informações muito importantes sobre a exportação de dados em massa, conectando o Search Console ao BigQuery e como configurá-los corretamente. Para começar, ele falou sobre planejamento e otimização do processo. Abaixo, deixo um pouco das informações que ele trouxe.
Planejamento
- Limitar o armazenamento de dados
- Pré-agregar dados para análises
- Configurar alertas e restrições de cobrança
Otimização
- Limitar a varredura de entrada
- Amostra dos dados
- Usar funções aproximadas
Você pode conferir mais neste link que ele passou ou assistir ao vídeo que aborda mais esse assunto:
A parceria do Google com a indústria de notícias
Na palestra realizada pela Fabiana Zanni, Head de Parcerias de Notícias no Brasil, ela abordou alguns dos desafios que os jornalistas e editores relatam com frequência, incluindo:
- Combate à má/desinformação;
- Reforço ao valor das notícias;
- Construção de relacionamentos diretos com o usuário;
- Enfrentamento a polarização política;
- Busca pelo envolvimento do público mais jovem;
- Permanência da relevância para os usuários;
- Modelos de negócio em evolução;
- Adaptação às novas tecnologias, inclusive IA.
Diante disso, o Google disponibiliza ferramentas, treinamentos e parcerias institucionais e comerciais com esse público. Veja os motivos:
- Alinhamento com a missão geral – o Google tem como missão organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis.
- É bom para os usuários – as notícias são uma parte importante do consumo de informação dos usuários e o Google busca conectá-los à notícias e informações relevantes e confiáveis de diversas fontes.
- É bom para os negócios – as notícias não geram receita direta, mas, quanto mais os usuários estiverem satisfeitos, maior a probabilidade de pensarem no Google para pesquisas geradoras de receitas.
Para complementar, recomendo a leitura desse artigo em que ela aborda como o Google apoiou o jornalismo no Brasil em 2023. Vale a leitura para quem quiser se aprofundar mais no tema. Além disso, também é possível saber mais sobre o tema no site da Iniciativa Google Notícias.
Parcerias de Impacto Social para a Busca
Na palestra de Luisa Phebo, Líder de Parcerias de Impacto Social do Google, ela trouxe informações muito importantes sobre como o Google atua para combater a desinformação e melhorar a precisão de informações em setores de impacto social:
- Saúde – parceria com o Hospital Albert Einstein para exibir informações revisadas por médicos em painéis destacados;
- Eleições – resultados para pesquisas com fontes confiáveis como o TSE;
- Governo – destaque para resultados recebidos diretamente do site Gov.br;
- Crises – as pesquisas por termos como “tempestade” e “alagamentos” contam com alertas, como é o caso do Alerta de Previsão de Inundações, desenvolvido em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).
Além disso, também encontrei essa matéria da Exame que fala um pouco sobre outras maneiras pelas quais o Google está trabalhando a pauta ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança).
O porquê e como do SEO Técnico
A última palestra foi do Martin Splitt, Search Advocate do Google. Ele mostrou como o conteúdo e o SEO Técnico são igualmente importantes para o sucesso de um site. Não basta ter um site rápido, bonito e funcional, se o conteúdo não for relevante e satisfazer a intenção do usuário.
Ele também explicou que o Core Web Vitals é mais um fator de usabilidade do que de ranqueamento. O mais importante é oferecer uma boa experiência para o usuário, mesmo que isso signifique sacrificar alguns pontos na avaliação.
Outro ponto destacado foi a necessidade de entender o que os usuários querem e solucionar os seus problemas. Por exemplo, alguém que mora em São Paulo não vai se interessar por uma notícia local de Sergipe.
Ele ainda falou sobre como o Google indexa sites Javascript e como é preciso otimizá-los para que eles sejam renderizados corretamente. Você pode aprender mais sobre os Princípios básicos de SEO em JavaScript neste conteúdo, ou assistir ao vídeo abaixo:
Por último, ele tranquilizou os profissionais da área, dizendo que não há motivo para temer as atualizações do algoritmo. Elas são feitas para melhorar a busca e, se o site for afetado, é só analisar a causa e fazer os ajustes necessários.
Ah, e aqui vai recomendação: a playlist de vídeos do Martin “Google and the SEO community: SEO Mythbusting”. Nela, ele esclarece muitas dúvidas e derruba mitos sobre SEO.
E a busca generativa?
Muita gente, assim como eu, estava curiosa para saber mais sobre a busca generativa. Afinal, ela pode mudar a forma como os anúncios e os resultados orgânicos são exibidos nos resultados.
Infelizmente, esse tema não foi abordado nas palestras. Mas, quando perguntado, Daniel Waisberg disse que a funcionalidade ainda está em teste e em desenvolvimento, e que não podia dar mais detalhes sobre como ela vai funcionar. Vamos ter que esperar um pouco mais, né?!
Bom, esse foi o resumo do que eu achei mais interessante no Search Central Live Brasil 2024. Espero que tenha sido útil para você. E se você ainda não me segue no LinkedIn, clique aqui e vamos nos conectar!
