A inteligência artificial (IA) está transformando a criação de conteúdo em diversos aspectos, desde a pesquisa até a distribuição. De acordo com a Gartner, a IA generativa terá seu uso mais democratizado em 2024, tornando-a uma das tendências mais revolucionárias desta década.
Estamos em um momento em que há uma grande adoção da inteligência artificial generativa por parte das empresas. Segundo uma pesquisa da Morning Consult e do Canva, 75% dos líderes de marketing e criação de nove países, incluindo o Brasil, já consideram a IA generativa como parte essencial das suas ferramentas e 70% afirmam que ela pode ajudar a aumentar a criatividade da equipe.
Além disso, a Deloitte aponta que sete em cada dez empresas pretendiam investir em IA ao longo de 2023. Isso mostra que provavelmente haverá uma grande demanda por profissionais que saibam usar a IA generativa para criar conteúdo.
Embora a inteligência artificial generativa possa ajudar a produzir conteúdo e automatizar tarefas, há preocupações sobre seu impacto potencial nos empregos e na criatividade. Neste artigo, separei informações importantes sobre o tema. Continue a leitura e confira!
O que é inteligência artificial?
Basicamente, podemos definir a inteligência artificial como a capacidade das máquinas de pensarem como seres humanos, aprendendo, tomando decisões e executando tarefas sem interferência humana. As tarefas realizadas podem ser muito variadas e aumentam a cada dia, conforme a tecnologia evolui.
E não pense que ela está muito longe da sua realidade: quando você usa um assistente virtual como a Siri ou a Alexa, eles usam a inteligência artificial para entender o que você está dizendo e responder suas perguntas. Ou quando você usa um aplicativo de reconhecimento de voz para digitar uma mensagem, a inteligência artificial é usada para entender o que você está falando.
O que é inteligência artificial generativa?
A IA generativa é um ramo da IA que usa algoritmos para criar novos dados a partir de um modelo, uma entrada ou uma inspiração. O objetivo é gerar dados que sejam realistas, coerentes, relevantes e criativos. Ela pode ser usada para criar diversos tipos de conteúdo, como textos, imagens, músicas, vídeos, etc.
Uma das técnicas mais usadas para IA generativa é o aprendizado profundo (Deep Learning), que é uma subárea da IA que usa redes neurais artificiais para aprender padrões e representações complexas dos dados.
As redes neurais são compostas por camadas de unidades de processamento chamadas neurônios, que recebem entradas, realizam operações matemáticas e produzem saídas. As redes neurais podem ser treinadas com grandes quantidades de dados para aprender a realizar tarefas específicas, como reconhecer objetos, gerar legendas, traduzir textos, etc.
Um tipo especial de rede neural usada para inteligência artificial generativa é a rede adversarial generativa (GAN, na sigla em inglês), que é composta por duas redes neurais que competem entre si: uma geradora e uma discriminadora.
A rede geradora tenta criar novos dados que sejam indistinguíveis dos dados reais, enquanto a rede discriminadora tenta distinguir os dados reais dos falsos. Com isso, cria-se um ciclo onde a rede geradora tenta enganar a rede discriminadora, e a rede discriminadora tenta detectar a fraude. O resultado é que a rede geradora aprende a gerar dados cada vez mais realistas e a rede discriminadora aprende a ser cada vez mais crítica.
Como usar a inteligência artificial generativa para criar conteúdo?
Como criadores de conteúdo digital, é importante estarmos atualizados sobre as inovações em ferramentas como a inteligência artificial generativa, que, mesmo enfrentando resistência, estão se tornando uma realidade inevitável.
Também é preciso reconhecer que, devido a aspectos humanos, como empatia, emoção, humor, originalidade e pensamento crítico, nem todas as fases da produção de conteúdo podem ser executadas com a mesma eficiência por uma máquina em comparação a um ser humano.
Além disso, existem maneiras de usar a inteligência artificial para realizar tarefas que aumentem a produtividade em tarefas repetitivas ou básicas do dia a dia, tornando-a uma ferramenta de apoio. Aqui vão algumas dicas:
- Faça uma pesquisa externa aprofundada: essas ferramentas ainda não são completamente confiáveis, pois elas podem entregar notícias falsas e imprecisas. Seu uso precisa ser muito cauteloso, com verificações rigorosas de fontes e informações.
- Aprenda como usar os prompts: considerando que o conteúdo gerado por IA depende dos comandos dados (conhecidos como prompts), sem personalização e instruções adequadas, o resultado pode parecer artificial ou robótico, impactando negativamente a experiência do usuário.
- Não informe dados sensíveis: para evitar problemas, não insira informações confidenciais no conteúdo, seja ela sobre você ou sobre a empresa em que trabalha. Os dados podem ser armazenados e usados para treinamento das IAs.
Diante dessas considerações, apresento algumas maneiras de aproveitar essa ferramenta de forma estratégica a nosso favor.
Gerar ideias
Você já passou por aqueles momentos em que parece que a criatividade sumiu e as ideias não aparecem? A inteligência artificial generativa pode ser a solução que você procura. Com ela, você pode fornecer prompts específicos e receber sugestões de ideias para superar os bloqueios criativos. É possível pedir ideais e sugestões de títulos e até estratégias de marketing de conteúdo.
Produção de conteúdo em conjunto
Eu não acho que os conteúdos devam ser totalmente gerados por IAs, mas elas podem ser ótimas parceiras na produção. Ela pode te auxiliar, enquanto você mantém o controle como planejador, guia, editor e revisor. Assim, é possível produzir conteúdos de qualidade com mais rapidez, sem perder a essência humana.
Revisar e otimizar conteúdos
Quem produz conteúdo sabe que a demanda é cada vez maior. Por isso, revisar o próprio conteúdo pode ser difícil e demorado. Usar a inteligência artificial generativa para te ajudar nessa tarefa é uma boa alternativa. Ela pode fazer uma revisão inicial, permitindo que você envie o texto para uma revisão humana com mais confiança e eficiência.
Criar conteúdos com estilos diferentes com maior facilidade
A diversidade de estilos de escrita nem sempre é fácil para todos os profissionais de conteúdo. Com as IAs generativas, você pode pedir ajustes no tom, estilo e público-alvo do seu texto. Seja mais formal, informal, técnico ou direcionado a um público específico, a IA pode moldar o seu conteúdo conforme as suas necessidades.
Gerar ideias de palavras-chave
A inteligência artificial generativa pode te ajudar a identificar ideias relevantes para o seu negócio e sugerir palavras-chave. No entanto, se ela não for especializada em SEO, é recomendável complementar com ferramentas específicas como o SEMRush e o Ubersuggest, para avaliar a intenção de busca, dificuldade de ranqueamento, volume de busca e outros fatores importantes.
Criar títulos e meta descriptions
A criação de títulos e meta descriptions pode levar tempo. Simplifique esse processo pedindo à IA sugestões iniciais. Assim, você pode otimizar rapidamente com base nessas ideias, agilizando o processo e mantendo a qualidade do seu conteúdo.
E esses são apenas alguns exemplos! Ao utilizar a inteligência artificial generativa da maneira correta, você pode realizar diversas tarefas, inclusive técnicas como códigos, planilhas e outras opções.
Dica extra: Niara
Existe uma ferramenta INCRÍVEL, criada por uma mulher, brasileira, a Lisane Andrade, juntamente com o Cadu de Castro Alves, que otimiza diversas tarefas de planejamento e simplifica demais processos de SEO: A Niara.
Eu testei a ferramenta e posso dizer com toda certeza que acompanharei bem de perto sua evolução, que promete contar com integrações com ferramentas como o SEMRush e o Google Analytics.
Os desafios do uso das IAs generativas
As IAs generativas tem um grande potencial para diversas áreas e aplicações. Mas elas também trazem desafios e preocupações que precisam ser considerados, pois envolvem aspectos éticos, sociais, econômicos e legais. Veja alguns deles a seguir.
Desemprego de profissionais humanos
As inteligências artificiais generativas podem substituir ou reduzir a demanda por trabalhadores em diversas áreas. Isso pode gerar uma crise de emprego e renda, além de afetar a identidade e a dignidade das pessoas.
Um exemplo de como isso está repercutindo é a greve de roteiristas e atores de Hollywood, que questionaram o uso de suas imagens, a substituição de seus trabalhos por IA e a precarização das relações de trabalho.
A proteção da privacidade e da segurança dos dados
Essas ferramentas precisam de muitos dados para funcionar e alguns deles são fornecidos pelos próprios usuários, o que pode expor informações pessoais, confidenciais ou sensíveis das pessoas ou organizações que fornecem ou geram esses dados.
Além disso, existe o risco de que os dados armazenados possam ser usados de maneira indevida, até mesmo por hackers. Eles podem usar os dados de forma criminosa, por exemplo, criando diagnósticos falsos com dados médicos, ou fraudes financeiras com dados bancários.
É por isso que muitas empresas como a Samsung e a Apple estão proibindo ferramentas de terceiros, como o ChatGPT, e desenvolvendo suas próprias IAs generativas.
A reprodução de vieses e discriminações presentes nos dados de origem
As IAs generativas aprendem com os dados que recebem, e se esses dados forem tendenciosos ou discriminatórios, o sistema também será.
Por exemplo, uma inteligência artificial generativa pode usar dados históricos para criar previsões futuras, mas se esses dados refletirem desigualdades sociais, raciais, de gênero ou outras, o sistema pode perpetuar ou agravar essas desigualdades.
É o exemplo do que ocorreu quando artistas negros encontraram evidências de preconceito racial na IA. Em alguns casos, as tecnologias parecem estereotipar ou censurar a história e a cultura negras.
Além disso, as IAs generativas podem gerar conteúdos que ofendam, insultem ou desrespeitem grupos ou indivíduos, se não houver um controle de qualidade ou uma supervisão humana.
A manipulação e a falsificação de imagens e vídeos
As IAs generativas podem criar imagens e vídeos que parecem reais, mas que na verdade são falsos ou alterados.
Esses conteúdos, chamados de deepfakes, podem ser usados para enganar, persuadir ou influenciar as pessoas, com fins políticos, comerciais ou pessoais. Imagine, por exemplo, o uso de imagens de políticos para criar discursos que eles nunca fizeram, ou usar imagens de celebridades para criar cenas que elas nunca participaram. Um exemplo foram as imagens do papa Francisco vestindo uma jaqueta branca estilo puffer.
Deepfakes também levantam a preocupação do uso de imagens por pessoas com más intenções, podendo causar até mesmo a exploração da imagem de pessoas em situações desagradáveis e vexatórias.
A possível violação de direitos autorais
Se os dados são obtidos por meio da internet, que conta com conteúdos desenvolvidos por artistas, profissionais e especialistas, a IA poderia utilizar esses trabalhos sem dar créditos aos autores? Ainda existe um debate sobre as questões jurídicas desse assunto e não há nada definido.
Esses são apenas alguns dos desafios que o uso das IAs generativas apresenta. É importante estar atento a esses aspectos e usar essa tecnologia de maneira responsável e ética.
O que o Google pensa sobre conteúdo gerado por IA?
O buscador já declarou que não é contra o uso de IA para gerar conteúdo, desde que seja feito de forma correta e não manipule os resultados de pesquisa. Na verdade, o Google reconhece que a automação e a IA já são usadas há muito tempo em publicações para criar conteúdo útil, e podem ajudar a criar conteúdo de novas e interessantes maneiras.
No entanto, é importante verificar a qualidade e a confiabilidade do conteúdo. Para evitar possíveis conteúdos irrelevantes e fake news, ele possui sistemas que avaliam a utilidade do conteúdo e destacam as notícias originais.
Em assuntos em que a qualidade é essencial, como informações de saúde, cívicas ou financeiras, os sistemas do Google dão mais ênfase aos indicadores de confiabilidade. Em resumo, usar a IA para gerar conteúdo não dá uma vantagem ou desvantagem especial para o conteúdo.
Se o conteúdo for útil, original e seguir os critérios do E-E-A-T (Experience, Expertise, Autoridade e Confiabilidade), ele poderá ter um bom desempenho na pesquisa. Caso contrário, talvez não tenha.
Além disso, se você vê a IA como uma maneira fácil e barata de criar conteúdos para manipular as classificações nos mecanismos de pesquisa, saiba que isso é considerado spam, e é contra as políticas do Google.
Mas se você usar a IA como um assistente de escrita, analisando a estratégia, conferindo fontes e editando o conteúdo conforme a necessidade, ele pode ser útil e ajudar. Confira as orientações oficiais.
O uso das inteligências artificiais generativas nos buscadores
Outro ponto muito importante sobre as IAs generativas é que elas passaram a ser utilizadas por dois grandes buscadores para gerar respostas diretamente nas páginas de busca. Temos o Google com o Search Generative Experience (em fase de teste) e o Bing Chat. Ambos usam essa tecnologia e a combinam com a análise dos conteúdos disponíveis na internet.
Com isso, o conteúdo voltado para responder questões chega com mais força do que nunca. A utilização de técnicas como formatação das heading tags, o uso de dados estruturados e a compreensão da intenção de busca também passam ter ainda mais potencial.
Mas, de um modo geral, o que continua valendo é o feijão com arroz de sempre: a criação de conteúdo relevante. Por aqui, nós sempre defendemos que o conteúdo para ser relevante e personalizado precisa passar por seres humanos, além de estratégias e planejamento.
Para saber mais sobre o tema, confira nosso artigo sobre Search Generative Experience e como ela afeta o SEO!