5 conselhos do Google para criar conteúdo relevante

conteúdo relevante

Antes de mais nada, devo alertar a você, leitor, que o conteúdo aqui criado não é um segredo ou algo extraordinário e nunca visto – nós não vamos te enganar. É uma interpretação de um conteúdo do próprio Google, presente em sua documentação, mas que nem todas as pessoas conhecem. 

O intuito aqui é colocar as informações direto da fonte e personalizar com nosso jeitinho, incluindo observações que esperamos que possam colaborar para o entendimento de todos. Agora, sem mais delongas, vamos aos 5 conselhos do próprio Google para criar conteúdo relevante.

Entenda como o Google funciona

Quando usamos os motores de busca, nem sempre refletimos sobre o seu funcionamento. Porém, se o seu objetivo é criar conteúdo relevante para as pessoas e posicioná-lo bem nessas ferramentas, conhecê-las é essencial.

Para começar, a premissa é simples: o sucesso do Google depende das pessoas encontrarem resultados satisfatórios para as suas pesquisas. Se, ao buscar por “receita de bolo de chocolate” você encontrasse diversos sites com resultados ruins, receitas mal explicadas ou incompreensíveis, não seria legal, certo? Esse é um dos pontos principais.

O algoritmo do Google é criado para verificar e apresentar sites, vídeos, notícias, imagens, produtos e conteúdos relevantes para o usuário. Para isso, ele conta com ajuda de muitas tecnologias, inclusive inteligência artificial, que analisa o site e verifica se ele é realmente interessante para aparecer lá nos resultados. Quanto mais interessante e relevante ele for para determinada busca, melhor ele posicionará o seu conteúdo, podendo chegar ao sonhado primeiro colocado.

Por que estar nas primeiras posições do Google importa?

A Sistrix, uma empresa que fornece ferramentas de SEO, realizou uma pesquisa analisando mais de 80 milhões de palavras-chave (termos que são buscados no Google) e o resultado foi claro: a taxa média de cliques da primeira posição foi de 28,5%, enquanto a segunda posição é de 15,7% e a terceira 11%. 

Isso porque estamos falando da primeira página. Se você não está nem lá, é hora de repensar o seu conteúdo, pois ele pode simplesmente nem estar sendo visto. Agora, vamos às dicas para resolver esse problema!

1. Faça uma autoavaliação do seu conteúdo

Normalmente, as pessoas que produzem conteúdo já contam com uma certa predisposição à autocríticas (eu sei). Ocorre que essa autoavaliação do conteúdo que o Google propõe é diferente. Ele fala sobre analisar a qualidade do ponto de vista da relevância, originalidade, criatividade e cuidados com as fontes utilizadas. 

Em 2015, quando quase tudo era mato (eu vi, eu estava), não era raro encontrar conteúdos repetindo a mesma coisa dos outros sites, sem agregar qualquer valor. Também era necessário pouco esforço para encontrar conteúdos escritos por pessoas que não tinham conhecimentos técnicos escrevendo sobre temas com os quais não eram familiarizados, sem que houvesse uma avaliação por alguém com a especialização adequada, além de erros de ortografia, gramática e muito mais.

Como isso mudou? O Google foi se aprimorando para que esses conteúdos tivessem cada vez menos espaço. Por isso, vale seguir o conselho do buscador e, após a criação do conteúdo, responder peguntas como:

  • Quando o conteúdo é baseado em outras fontes, você evita simplesmente copiar ou reescrever e adiciona valor e originalidade ao material?

Escreva conteúdos originais! Acrescente seu estilo, busque informações de outras fontes, inclusive offline, faça pesquisas, o que for necessário para criar um conteúdo melhor do que os seus concorrentes.

  • Você evita o uso de termos exagerados ou chocantes no título principal ou da página?

Esse aqui é para quem ainda acredita no “poder do clickbait” que, convenhamos, é uma técnica apelativa.

  • Este é o tipo de página que você adicionaria aos favoritos, compartilharia com um amigo ou recomendaria para alguém?

Já experimentou fazer essa pergunta? Se você não gostou do conteúdo a ponto dele se tornar compartilhável, vale a pena publicar?

  • O conteúdo apresenta problemas de ortografia ou estilo?

O que eu já vi por aí de conteúdos até bons, mas com muitos erros de ortografia, não é brincadeira. As pessoas às vezes se esquecem, mas existe um profissional especializado nisso. O revisor é muito importante para o processo – embora (infelizmente) poucas agências e empresas busquem por esse serviço.

  • O conteúdo é bem produzido ou parece ter sido feito às pressas ou com pouco cuidado?

Se você está tentando produzir conteúdo em larga escala, precisa compreender que o conteúdo demanda planejamento, pesquisa, revisão e criatividade. Significa que, se você colocar apenas uma pessoa para produzir uma tonelada de conteúdo, ele sairá como o Google bem disse ali em cima: feito às pressas ou com pouco cuidado.

  • O conteúdo apresenta as informações de maneira confiável, com indicação clara da fonte, evidências do uso de conhecimento especializado e dados sobre o autor ou site da publicação (como links para uma página de apresentação)?

Esse aqui é um ponto que pega muita gente de surpresa. Se o seu conteúdo conta com informações sobre uma pesquisa, insira o link para a fonte. Se foi um profissional ou um autor especializado que citou algo que você mencionou, indique.

E, um dos fatores importantes que nem todo mundo considera: as informações sobre o produtor daquele conteúdo. Quem é? De onde veio? O que ele sabe sobre o tema? Se possível, crie uma página de apresentação com as informações completas e insira um hiperlink para ela.

Lembrando que estes são apenas alguns exemplos de questionamentos que o Google menciona. No documento completo (inserimos a fonte no final deste artigo), você pode conferir os demais.

2. Ofereça uma ótima experiência na página

Imagine o seguinte cenário: você clica em um resultado do Google e o site demora dois minutos só para exibir as informações. Quando abre, você se depara com banners e pop-ups para todos os lados. Ao tentar acessar pelo celular, o site se desconfigura completamente e você não consegue encontrar o conteúdo, nem ler com tranquilidade o que você foi buscar lá.

O conteúdo poderia ser maravilhoso, mas quem teria paciência de passar por tudo isso para chegar até ele? Pois é. É por isso que o Google também analisa a experiência que o usuário tem enquanto navega no seu site. Inclusive, ele disponibiliza recursos gratuitos para que você possa avaliar essas características e ainda tem, em sua documentação, uma página falando só sobre isso. Confira aqui.

Sendo assim, ainda que você tenha um ótimo conteúdo, é importante pensar também na experiência do seu site, caso contrário, ele estará fadado ao fracasso. Para finalizar esse tópico, deixo esse meme que me fez rir bastante uns dias atrás:

3. Priorize as pessoas

Lá vai eu falar do passado de novo. Acho que estou nostálgica, mas juro que é relevante. Muitos anos atrás, eu trabalhei como redatora em uma agência que me dava algumas “regras indispensáveis” (segundo eles), para que o conteúdo ranqueasse no Google. 

Uma dessas regras era repetir a palavra-chave 7 vezes a cada 300 palavras. Quem é redator sabe que isso é muito, mas se você não está familiarizado com o processo, basicamente, significa que eu tinha que colocar o mesmo termo várias vezes dentro de uma pequena parte do conteúdo. 

Às vezes, o termo podia ser algo como “casas para alugar em SP”. O texto ficava intragável, difícil para ler, já que eu precisava inserir a todo momento, ainda que não fizesse muito sentido. Fiz até um exemplo aqui:

Casas para alugar em SP são uma opção bastante procurada por pessoas que buscam uma moradia na cidade de São Paulo. A metrópole paulista é uma das maiores do mundo e, com isso, possui uma grande variedade de opções para aqueles que buscam um lugar para morar.

As casas para alugar em SP podem ser encontradas em diversos bairros, desde os mais nobres até os mais simples, o que permite que pessoas de diferentes perfis possam encontrar um lugar adequado às suas necessidades. 

Além disso, muitas casas para alugar em SP estão localizadas em áreas bem servidas por transporte público, o que facilita a locomoção pela cidade. Isso é especialmente importante para quem precisa se deslocar para o trabalho ou para a escola, por exemplo. 

Outra vantagem das casas para alugar em SP é a possibilidade de escolher um bairro que atenda às suas preferências em relação a lazer, cultura e comodidades.

Deu para entender? Estranho, né? Acontece que lá nos primórdios do Google, ele ainda não conseguia identificar quando o texto era criado sem pensar no usuário, apenas para poder se classificar bem nos resultados em determinado termo. Então, essa estratégia funcionou, por um breve período de tempo. 

Com as atualizações e aprimoramentos no algoritmo, ele passou a identificar esses conteúdos, punindo quem resolvia fazer essa e outras práticas conhecidas como “black hat”.

Como priorizar as pessoas?

Alguns dos questionamentos que o Google entrega para esse tópico são:

  • Você tem um público-alvo atual ou pretendido para sua empresa ou site que acharia o conteúdo útil se entrasse em contato diretamente com ele?

Para quem você está escrevendo? O conteúdo que você publica pode atrair e ajudar essas pessoas? Foco na persona!

  • Seu conteúdo demonstra claramente a experiência em primeira mão e um conhecimento profundo (por exemplo, conhecimento que vem de realmente usar um produto ou serviço ou de visitar um lugar)?

Escrever sobre uma cidade que nunca conheceu, uma receita que nunca fez, o review de um produto que nunca usou ou elogiar um restaurante que nunca foi são algumas ações não muito recomendadas, para dizer o mínimo…

  • Seu site tem um objetivo ou foco principal?

Portais de notícia abordam diversos temas, mas tem o objetivo de transmitir notícias. Uma empresa que presta serviços de RH pode abordar diversos tópicos, mas sempre alinhados ao universo de gestão de pessoas. Agora, se o seu site tem um pouco de tudo, será difícil para o Google entender no que você é especialista e ranquear seus conteúdos para os termos adequados.

  • Depois de ler seu conteúdo, uma pessoa vai sentir que aprendeu o suficiente sobre um tema para ajudar a atingir o objetivo dela?

Muita gente se apega mais ao fato de precisar produzir determinada quantidade de conteúdos por mês do que à relevância do conteúdo para a vida de alguém. Eu sempre friso a importância de entender que, ao produzir um conteúdo, você estará ajudando alguém de alguma maneira. 

É importante ter responsabilidade e também entregar respostas e soluções. Afinal, é frustrante acessar um conteúdo, ler ele completo e depois sair sem ter aprendido e entendido nada. 

  • Você está usando muita automação para produzir conteúdo sobre vários tópicos?

Não é que seja proibido usar IA para produzir conteúdo. O problema é acreditar que somente dar os comandos e produzir um texto usando apenas essa ferramenta será o suficiente. 

Dificilmente o conteúdo terá a relevância necessária para que a sua publicação vá muito longe. Além disso, fiz alguns testes e vi que ele costuma citar informações desatualizadas e até mesmo estudos que simplesmente não existem. 

Faça o teste: peça para a ferramenta citar estudos com o link. Alguns funcionam, já outros direcionam para páginas inexistentes e eu nunca consegui localizar.

  • Você está escrevendo sobre algo simplesmente porque eles parecem estar em alta, e não porque você escreveria sobre eles de outra forma para seu público atual?

Sabe quando todo mundo está falando sobre algum tema e parece que cada vez mais surgem conteúdos abordando ele? Não há nada de errado no Marketing de Oportunidade, o problema é quando sites que não têm absolutamente nada a ver com o conteúdo o abordam para “surfar no hype”.

Existem maneiras, até mesmo criativas, de relacionar tópicos sem relação ao seu nicho. Olha essa campanha do Burger King que fala sobre o preço da gasolina:

  •  Você está escrevendo para uma determinada contagem de palavras porque ouviu ou leu que o Google tem uma contagem de palavras preferida? Não temos.

Aqui eu adoro, pois o Google já avisa: não temos. Já não é de hoje que profissionais do Google falam que regras para quantidade de palavras, de repetição de termos e outras ações divulgadas pelos “gurus” do marketing não existem. Gaste energia com a qualidade do conteúdo, não com hacks mágicos.

  • Seu conteúdo promete responder a uma pergunta que realmente não tem resposta, como sugerir uma data de lançamento para um produto, filme ou programa de TV quando ela ainda não foi confirmada?

Confesso que já caí algumas vezes nessa cilada aqui. Ao pesquisar sobre o lançamento de uma nova temporada de uma série ou de um filme, entrei no conteúdo com o título que indicava ter a resposta, mas, ao ler, me deparava com a informação de que não havia data disponível para o lançamento. 

Ao menos em minha própria experiência, posso dizer que fiquei frustrada e hoje não confio mais neste portal em questão.

E quanto ao SEO?

SEO é a sigla para Search Engine Optimization, ou seja, Otimização para os Motores de Busca. São técnicas aplicadas para que o conteúdo seja encontrado mais facilmente e vão desde saber quais termos o seu público em potencial procura, até a estrutura do seu conteúdo.

No entanto, mesmo quando usamos as técnicas de SEO, devemos priorizar o usuário, compreendendo quando elas podem prejudicá-lo e encontrando soluções para que elas possam fazer sentido no todo.

4. Conheça o E-E-A-T e as diretrizes dos avaliadores de qualidade

Se você se assustou com a sigla E-E-A-T, pode ficar tranquilo que não é nada muito complexo. Na verdade, muito do que foi falado anteriormente neste conteúdo já se aplica a esse conceito, que o Google define serem essenciais para uma página. Veja:

  • Experience (Experiência) – a vivência em “primeira-mão” sobre o conteúdo que está criando.
  • Expertise (Especialização) – o quanto o produtor de conteúdo conhece sobre o tema abordado.
  • Authoritativeness (Autoridade) – a autoridade do criador do conteúdo sobre o tema.
  • Trust (Confiabilidade) – o conteúdo precisa de consistência, além de informações aprofundadas e precisas.

O buscador cita a confiabilidade como um fator mais importante, uma vez que outros como a especialização e autoridade podem ser baseados em experiências demonstradas e compartilhadas. Conteúdos que seguem essas características são posicionados com mais facilidade.

Quem avalia essas características são pessoas reais e, para isso, elas se baseiam nas Diretrizes classificadoras de qualidade da Pesquisa. Veja esse vídeo (em inglês):

5. Avalie “Quem, como e por que” 

Por fim, o Google nos traz a dica de questionar o “quem”, “como” e “por que” da seguinte maneira:

  • Quem (criou o conteúdo) – deixe claro nas páginas quem foi que criou o conteúdo, com assinaturas quando necessário, podendo informar sobre os autores e as áreas que escrevem. 
  • Como (o conteúdo foi criado) – caso utilize uma IA para gerar conteúdo automatizado (como em resultados em tempo real em placares e situações em que o usuário possa se perguntar como o texto foi gerado), o ideal é apontar esse fator. Se estão sendo indicados resultados de pesquisas, mostre as evidências. 
  • Por que (o conteúdo foi criado) –  se o seu objetivo é transmitir informações relevantes, você está de acordo com as recomendações. Porém, se o seu conteúdo é criado apenas para atrair tráfego de forma que não agrega valor e manipula as classificações de pesquisa, ele pode ser considerado SPAM – o Google não gosta nada disso.

Se você chegou até aqui, espero que o artigo em questão tenha lhe agregado algum valor. Afinal, é disso que se trata, certo? Aproveito para convidá-lo a uma outra leitura: Marketing de Conteúdo: o guia definitivo para atrair e engajar sua audiência. Até lá!

 

Este artigo foi baseado na página “Como criar conteúdo útil, confiável e que prioriza as pessoas”.

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Karina Oliveira

Sou especialista em conteúdo estratégico digital, apaixonada por resultados e pelo impacto que o compartilhamento de informações pode ter para as empresas e para a sociedade.